De mãos abanando
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades
para a sua própria produção ou a sua construção.
Paulo Freire
É necessário que no contexto de sala de aula os temas a serem desenvolvidos pelos professores sejam trabalhados de forma eficiente, instigadora, lúdica e prazerosa e com isso o profissional possa criar um clima de curiosidade e um desejo nos alunos de descobrir o mundo e aprender coisas novas. Para que isso ocorra, obviamente, é necessário que o professor tenha técnica, conhecimento cientifico e saiba manusear as tecnologias que devem estar sempre disponíveis no contexto da escola.
Os instrumentos de trabalho são fundamentais para o sucesso de qualquer profissional. O professor necessita, para o seu bom desempenho, de materiais didáticos que facilitem o seu trabalho, tais como: piloto; apagador; folhas de ofícios; cópias de textos; data-show; sala de vídeo bem equipada e climatizada; sala de informática funcionando sempre; Internet, dentre outros. Esses instrumentos de trabalho não podem faltar no dia-a-dia de nenhuma escola.
Enquanto, em seus colóquios, os pedagogos enfatizam a importância desses recursos didáticos como instrumentos facilitadores da educação, presenciamos nas escolas uma ausência quase que total dos mesmos. O interessante é que, apesar da carência desses materiais didáticos, contradizendo toda essa situação, presencia-se uma cobrança exagerada dos gestores aos educadores que clamam por bons resultados. Essa realidade de cobrança se intensifica nos anos de Prova Brasil. Com isso, muitos educadores, preocupados em fazer um bom trabalho, são levados a tirarem parte do seu próprio salário para comprar materiais didáticos que deveriam ser fornecidos pela escola.
Presenciamos sempre as mesmas queixas dos professores sobre a falta de material didático. Há casos em que em algumas escolas falta até o essencial: piloto e Apagador de quadro. Como podemos conseguir uma educação de qualidade diante de uma situação de tanta carência? A disputa pelo acesso a material didático se transforma muitas vezes em uma maratona desgastante que desestimula o educador, que em alguns casos termina se enquadrando à realidade e fazendo o mínimo possível.
Nesse contexto de investimento na educação em que o município de Mata de São João está vivendo, com prédios novos e bem montados, é urgente que haja o mesmo investimento na capacitação dos professores e no fornecimento dos materiais didáticos.
Assim como o médico precisa do estetoscópio, o agricultor de uma enxada e demais profissionais precisam de seus instrumentos, o professor precisa de recursos didáticos para desempenhar o seu oficio. Não dá para entrar em sala de aula com as mãos abanando.